Pescando jogos de linguagem e semelhanças de família em uma comunidade ribeirinha do Xingu

Autores

DOI:

10.61074/CoInspiracao.2596-0172.e2024005

Palavras-chave:

Ensino de Matemática, Etnomatemática, Cartografia Social

Resumo

Neste artigo, analisamos os jogos de linguagem presentes na atividade da pesca em uma comunidade ribeirinha no Rio Xingu, Pará, Brasil. A pesquisa foi desenvolvida com inspirações etnográficas, por meio da Cartografia Social construída por 11 crianças da escola multisseriada. A análise se deu através dos pressupostos teóricos-metodológicos de Ludwig Wittgenstein, em sua obra de maturidade, e de Michel Foucault por convergirem na problematização do uso da linguagem. Percebemos jogos de linguagem mobilizados pelas crianças na atividade da pesca e suas semelhanças de famílias com aqueles praticados na Matemática Escolar. Ademais, vimos que os alunos, mesmo em condições adversas, possuem domínio de conteúdos inerentes ao ciclo da alfabetização matemática: lateralidade, maior e menor, grande e pequeno, localização no espaço onde vivem, conhecimentos sobre os processos de comercialização e sistema monetário, além da percepção das mudanças ocorridas na atividade pesqueira em função da implantação da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Metrics

Metrics Loading ...

Biografias Autor

Marcos Marques Formigosa, Universidade Federal do Pará

Doutor em Ensino pela Universidade do Vale do Taquari (Univates). Professor Adjunto da Universidade Federal do Pará (UFPA), Altamira, Pará, Brasil.

Ieda Maria Giongo, Universidade do Vale do Taquari

Doutora em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Professora Titular da Universidade do Vale do Taquari (Univates). Docente Permanente dos Programas de Pós-Graduação em Ensino (PPGEnsino) e Ensino de Ciências Exatas (PPGECE) da Univates.

Referências

ALTAMIRA. Plano de ensino unificado do ciclo de Alfabetização (anos iniciais do Ensino Fundamental). Secretaria Municipal de Educação, Altamira (PA), 2015.

CALVI, M. C. (Re)Organização produtiva e mudanças na paisagem sob influência da hidrelétrica de Belo Monte. Tese (Doutorado em Ambiente e Sociedade) Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Campinas, SP: [s.n.], 2019.

D’AMBROSIO, U. Etnomatemática: arte ou técnica de explicar e conhecer. São Paulo: Editora Ática, 1990.

FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FORMIGOSA, M. M.; LUCENA, I. C. R.; SILVA, C. A. F. Um navegar pelos saberes da tradição na Amazônia ribeirinha por meio da Etnomatemática. Revista Latinoamericana de Etnomatemática: Perspectivas Socioculturales de la Educación Matemática, v. 10, n. 1, 2017. Disponível em: Vista de Um navegar pelos saberes da tradição na Amazônia ribeirinha por meio da Etnomatemática (etnomatematica.org). Acesso em: 28 jun. 2028.

FORMIGOSA, M. M. GIONGO, I. M. As práticas etnomatemáticas de alunos ribeirinhos do rio Xingu como sinais de resistência à hidrelétrica Belo Monte. Margens - Revista Interdisciplinar, v. 13, n. 21, 2019. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18542/rmi.v13i21.9560. Acesso em: 20 dez. 2021

FORMIGOSA, M. M. As etnomatemáticas de alunos ribeirinhos do rio Xingu: jogos de linguagem e formas de resistência. 2021. 263f. Tese (Doutorado em Ensino). Universidade do Vale do Taquari, Lajeado (RS), 2021.

FOUCAULT, M. As palavras e as coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1990.

FOUCAULT, M. A ordem do discurso: aula inaugural no College d'e France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970 (Tradução: Laura Fraga de Almeida Sampaio). 3.ed. São Paulo: Edições Loyola, 1996.

FOUCAULT, M. Poder e saber. Motta. Manoel B. (Org.). Estratégia, poder-saber (Tradução: Vera Lúcia Aavellar Ribeiro). 2 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2006 (Coleção Ditos & Escritos).

FOUCAULT, M. A arqueologia do saber (Tradução de Luiz Felipe Baeta Neves). 7. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

HAGE, S. M. Transgressão do paradigma da (multi)seriação como referência para a construção da escola pública do campo. Educ. Soc. [online], v. 35, n. 129, p. 1165-1182, 2014.

HAGE, S. M. (Org.). Educação do campo na Amazônia: retratos de realidades das escolas multisseriadas no Pará. 1. ed. Belém: M. M. Lima, 2005.

KNIJNIK, G. Um modo de teorizar no campo da pesquisa em educação matemática. KNIJNIK, G. WANDERER, F. (org.). Educação Matemática e sociedade. São Paulo: Ed. Livraria da Física, 2016. (Coleção Contexto da Ciência).

KNIJNIK, G. A ordem do discurso da matemática escolar e jogos de linguagem de outras formas de vida. Perspectivas da Educação Matemática – INMA/UFMS – v. 10, n. 22, Seção Temática, 2017. Disponível em: http://seer.ufms.br/index.php/pedmat/article/view/3877/3104. Acesso em: 20 nov. 2018.

KNIJNIK, Gelsa et al.. Etnomatemática em movimento. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019. (Coleção Tendências em Educação Matemática).

LADIM NETO, F. O.; SILVA, E. V.. COSTA, N. O. Cartografia social instrumento de construção do conhecimento territorial: reflexões e proposições acerca dos procedimentos metodológicos do mapeamento participativo. Revista Casa de Geografia de Sobral. v. 18, n. 2, 2016, p. 56-70.

LOPES, R.S.; PARENTE, F.A. Recomendações para a educação escolar dos ribeirinhos: entre o rio e a rua. MAGALHÃES, Sônia B.; CUNHA, Manuela Carneiro. A expulsão de ribeirinhos em Belo Monte: relatório da SBPC. São Paulo: SBPC, 2017.

MAGALHÃES, S. B. Introdução: a voz dos ribeirinhos expulsos. MAGALHÃES, S. B. CUNHA, M. C. A expulsão de ribeirinhos em Belo Monte: relatório da SBPC: São Paulo: SBPC, 2017.

MIRANDA NETO, J. Q. Os nexos de re-estruturação da cidade e da rede urbana: o papel da Usina Belo Monte nas transformações espaciais de Altamira-PA e em sua região de influência. Tese (Doutorado em Geografia) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Presidente Prudente (SP), 2016.

OLIVEIRA, I. A.. Cartografia de saberes e educação na Amazônia: análise de produções acadêmicas. Revista Amazônida, Manaus, AM, v. 3, n 2. p. 102 –116, 2018. Disponível em: https://doi.org/10.29280/rappge.v3i2.4926. Acesso em 28 de mai. de 2020

SCHEFER, M. C.. Na periferia das periferias: o não-lugar escolar e a pedagogia do destino. Tese (Doutorado em Educação). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo (RS), 2015.

SCABIN, F. et al.. A violação de direitos dos ribeirinhos no contexto de Belo Monte e os processos de assistência jurídicas na DPU, em Altamira. Magalhães, S. B. Cunha, M. C. A expulsão de ribeirinhos em Belo Monte: relatório da SBPC. São Paulo: SBPC, 2017.

SILVA, M. G. et al.. Cartografias e método(s): outros traçados e caminhos metodológicos para a pesquisa em educação. Marcondes, M. I.; Oliveira, I. A.; Teixeira, E. (Orgs). Abordagens teóricas e construções metodológicas na pesquisa em educação. Belém: EDUEPA, 2011.

VENDRAMINI, C.R. Qual o futuro das escolas do campo? Educação em Revista, v. 31, n. 3, p. 49-69, jul./set. 2015.

WANDERER, F.; SCHEFER, M. C. Metodologias de pesquisa na área da educação (matemática). WANDERER, F.; KNIJNIK, G. (Org.). Educação Matemática e sociedade. 1 ed. São Paulo: Livraria da Física, 2016, p. 33-50.

WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. Tradução: José Carlos Bruni. São Paulo: Editora Nova Cultural, 1999.

Publicado

2024-05-20

Métricas


Visualizações do artigo: 146     PDF (Português (Brasil)) downloads: 59

Como Citar

FORMIGOSA, Marcos Marques; GIONGO, Ieda Maria. Pescando jogos de linguagem e semelhanças de família em uma comunidade ribeirinha do Xingu. CoInspiração - Revista dos Professores que Ensinam Matemática, Mato Grosso, vol. 7, p. e2024005, 2024. DOI: 10.61074/CoInspiracao.2596-0172.e2024005. Disponível em: http://sbemmatogrosso.com.br/publicacoes/index.php/coinspiracao/article/view/144. Acesso em: 22 nov. 2024.